O Salmista foi claro: “Os dias da nossa vida são setenta anos, e se, por causa de grande vigor, forem oitenta anos, o seu orgulho é trabalho e vaidade, pois passa rapidamente, e nós voamos.” – Salmo 90,10
A brevidade da existência humana é um fato. A única certeza real que temos. Então, a maioria esmagadora de nós, vivemos numa roda viva de afazeres, conquistas, alcance de metas e coisas do tipo. Quando nos damos conta, passaram-se 10, 20, 50 anos. E os dias são 70, 80 se tivermos um vigor extra. Quase nunca pensamos nisso, e assim somos surpreendidos com uma velhice cheia de dificuldades e limitações, onde suspiramos pelos velhos tempos, e contamos as horas para “voarmos”.
Mas, como em tudo na vida, essa regra também tem uma exceção. E ela é brasileira, para ser mais específica, Cearense, de Sobral, e chegou aos 90 anos no dia 13 pp. Atende pelo nome de Renato Aragão, cujo personagem marcante de sua carreira artística, o Didi Mocó, com certeza será longevo entre as gerações.
O versículo bíblico de Salmos 90:10 que citamos há pouco, fala sobre a brevidade da vida humana e como, mesmo com vigor, nossos anos são limitados. No entanto, a trajetória de Renato Aragão nos mostra que a idade é apenas um número. Ao completar nove décadas de vida, o eterno Didi nos presenteia com uma lição inspiradora: a juventude do espírito e a força da vontade podem transbordar qualquer limite cronológico.
A comemoração dos 90 anos de Renato Aragão é um marco também para a cultura brasileira. O humorista, que conquistou gerações com seu carisma e talento, demonstra uma vitalidade e um entusiasmo que impressionam. Sua alegria contagiante e sua disposição para a vida são um exemplo para todos nós.
Ao observar a trajetória de Renato Aragão, podemos refletir sobre o significado da idade. Enquanto o versículo bíblico nos lembra da fragilidade da vida, a história do Didi nos mostra que a idade não define quem somos, mas sim o que fazemos com o tempo que nos é dado. A vitalidade de Renato Aragão é um testemunho de que a vida pode ser vivida com intensidade em qualquer fase.
É inegável que, como qualquer figura pública, Renato Aragão também foi alvo de críticas e polêmicas. Algumas dessas críticas, amplificadas pela internet, questionam aspectos de sua carreira ou de sua vida pessoal. No entanto, é importante lembrar que a vida artística de Renato Aragão se estende por décadas, e o que era considerado aceitável em uma época pode não ser mais visto da mesma forma hoje. A sociedade evolui, e com ela, os valores e os padrões de comportamento. Ao invés de julgarmos as ações de uma pessoa sob a lente do presente, é fundamental considerar o contexto histórico em que elas ocorreram, além de sempre nos lembra de mostrarmos empatia com as pessoas, ainda mais quando não temos acesso a todas as informações que envolvem um assunto, além de claro, sempre buscarmos ver as coisas por uma ótica otimista e generosa, a mesma com a qual queremos ser enxergados. Isso treinará a nossa capacidade de tolerância, e suavizará conflitos que tentem nos impor como verdadeiros, sem que eles realmente o sejam. Sabemos que o tempo e o imprevisto sobrevêm às pessoas. Porém, até que isso ocorra, se é que ocorrerá um dia conosco, como temos levado nossa vida? O que realmente é importante, é de valor para nós? Fazer essa análise o mais breve possível em nossa vida ajudará a tomarmos boas decisões, para que, nos anos de nossa maturidade, nós possamos gozá-los com alegria e satisfação. A figura de Renato Aragão nos inspira a buscar a nossa própria fonte da juventude. Seja através da paixão por nossos projetos, do cultivo de relacionamentos significativos ou da busca por novos conhecimentos, podemos manter viva a chama da vida em nossos corações, e mesmo numa velhice longa, encontrar prazer e satisfação pessoal a ponto de declararmos: “Tudo foi muito bem-feito. Estou orgulhoso de mim e da minha obra.” Parabéns, Renato Didi Aragão, e parabéns a todos os que envelhecem com sabedoria e êxito pessoal.
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