“Uma boa ideia!” Quem não se lembra desse slogan icônico da Cachaça 51, que marcou gerações com sua simplicidade e astúcia? Pois bem, se há algo que também nunca faltou ao longo dos 51 anos de A Tribuna Piracicabana — completados no último dia 1º de agosto — foram boas ideias. E, mais que isso, boas histórias, boas reportagens e um compromisso inabalável com a informação que moldou a vida da nossa querida cidade, que aniversaria junto com este periódico.
Fundada pelo ilustre Evaldo Vicente, um visionário que enxergou na imprensa local a força para unir, informar e, muitas vezes, provocar mudanças, a Tribuna se consolidou não apenas como um jornal, mas como parte da identidade piracicabana. Júlio de Mesquita, Octavio Frias e Irineu Marinho, citando apenas alguns, certamente têm aqui nestas plagas um semelhante à altura destes grandes nomes do jornalismo pioneiro do nosso País. Nas páginas desse matutino, desfilaram mais de meio século de acontecimentos: as transformações políticas, os avanços culturais, os escândalos que abalaram a cidade e as conquistas que a orgulharam.
Nelas estão registrados os debates que definiram rumos, as coberturas que deram voz aos que sempre foram silenciados, as crônicas que eternizaram momentos únicos e revelaram talentos literários dos mais diversos. Um jornal que se consolidou adotando a linha de dar voz e vez, tanto ao mais destacado membro do povo Piracicabano, quanto ao mais humilde, ao excluído, aos que estão à margem da sociedade, mostrando assim seu viés imparcial e democrático no sentido mais amplo da palavra. Em tempos em que as notícias voam em bits e bytes, a Tribuna também se modernizou, presente nas redes sociais, nas listas de transmissão, no mundo virtual, sem, no entanto, deixar de manter o cheiro de tinta fresca no papel, o ritual da leitura no café da manhã, o peso da responsabilidade em cada linha impressa.
Evaldo Vicente, a mente à frente desse projeto, sabe como ninguém conduzir com mão firme e coração aberto, entendendo que um jornal local não é apenas um informante, mas um companheiro de seus leitores. Isso faz com que ele não perca a relevância e siga se reinventando sem perder sua essência, seja nos tempos áureos da imprensa escrita, seja nos desafios da era digital. Atrevo-me aqui a deixar meu depoimento pessoal, afirmando que ganhei mais que um apoiador, que acreditou que o que escrevo pudesse ser útil ou mesmo engraçado e instrutivo, ganhei um amigo que pacientemente sempre me disse para nunca desistir, para dar vazão à minha criatividade, e se hoje começo uma tímida colheita nessa área literária, devo muito mesmo a esse homem visionário, cérebro das boas ideias da Tribuna Piracicabana.

Agora, ao soprar as velinhas desses 51 anos, fica a pergunta: como será daqui a meio século? Se o mundo mudou tanto desde 1974, quem sabe o que virá até 2076? Independentemente de qualquer especulação, uma coisa é certa: enquanto houver histórias para contar, gente interessada em conhecê-las e profissionais dedicados a expô-las, A Tribuna Piracicabana seguirá firme, seja no papel, nas telas ou em qualquer invenção que o futuro nos trouxer. Ela já provou que tem toda capacidade de adaptação necessária para se fazer presente nas próximas décadas, e que sua matéria prima, o povo, com suas histórias felizes e tristes, não será escasso nos anos que chegarão. Feliz aniversário, Tribuna! Que os próximos 51 anos sejam tão ricos, literária e jornalisticamente, quanto os primeiros. E que Evaldo Vicente, onde estiver, continue sorrindo ao ver seu legado vivo, pulsante, dando espaço para jovens e veteranos para que sempre nos inspirem com uma boa ideia.