ARTIMANHAS DA VIDA, 20 DE MARÇO PARA PAULO JOSÉ E DINA SFAT

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O dia 20 de março carrega consigo uma triste coincidência que une dois ícones da dramaturgia brasileira: o nascimento de Paulo José, em 1937, e o falecimento de Dina Sfat, em 1989. Não bastasse essa similaridade, terem os dois constituído uma união, tanto na vida pública, como na privada, torna ainda mais marcante essa data que lembramos hoje. Datas que, embora marcadas por sentimentos opostos, celebram a vida e a arte de dois grandes nomes que deixaram um legado inestimável para a cultura nacional, dando-nos motivos para reflexão sobre o tema.

Paulo José, nascido em 20 de março de 1937, em Lavras do Sul (RS), foi um dos atores mais talentosos e versáteis do Brasil. Com uma carreira que se estendeu por mais de seis décadas, ele brilhou no teatro, no cinema e na televisão. Suas interpretações eram marcadas por uma profundidade emocional rara, que conquistava plateias e críticos. Paulo José participou de obras fundamentais da dramaturgia brasileira e mundial, como “A Mandrágora”, de Maquiavel e “A Revolução na América do Sul”, de Augusto Boal. Como diretor teatral, podemos destacar a peça “O Filho do Cão”, que ele dirige no Teatro Arena, do texto de Gianfrancesco Guarnieri. Na televisão, destacou-se em novelas como “Tieta” (1989), de Aguinaldo Silva, onde interpretou o personagem vigarista Gladstone, e Jairo, um rico comerciante, pai da protagonista Dara, em “Explode Coração” (1995). Sua capacidade de transitar entre o drama e a comédia com maestria fez dele um dos grandes nomes da nossa arte.

Dina Sfat, por sua vez, foi uma das atrizes mais intensas e carismáticas de sua geração. Nascida em 28 de outubro de 1938, em São Paulo, ela construiu uma carreira brilhante, marcada por personagens fortes e memoráveis. Dina também trabalhou no teatro, como por exemplo, na peça “Arena Contra Zumbi” (1965), também de Gianfrancesco Guarnieri. Na televisão, destacou-se em novelas como “Gabriela” (1975), onde interpretou a personagem Zarolha e chegou a ser indicada ao prêmio de melhor atriz pelo Troféu Imprensa, prêmio que ganhou por três vezes e “Guerra dos Sexos” (1983), onde sua presença em cena era sempre impactante. No cinema, participou de filmes importantes, como “Macunaíma” (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, onde contracenou com Paulo José, interpretando Ci, uma guerrilheira. A química entre os dois na tela era um reflexo da conexão que tinham na vida real.

A coincidência de datas — o nascimento de Paulo José e a partida de Dina Sfat — nos faz refletir sobre a brevidade da vida e a eternidade da arte. Ambos foram artistas que dedicaram suas vidas ao ofício de interpretar, de emocionar, de contar histórias. Suas trajetórias se cruzaram não apenas no palco, mas na vida real, onde construíram uma família com três lindas filhas, Bel, Ana e Clara Kutner e compartilharam sonhos e desafios.

Hoje, ao lembrarmos dessas duas figuras tão importantes, podemos imaginar que, em algum lugar além do tempo e do espaço, Paulo José e Dina Sfat continuam fazendo arte juntos. Certamente, lá no céu, eles nos presenteiam com performances de ótimo gosto, como sempre fizeram aqui na Terra. Suas vidas e obras permanecem vivas, inspirando novas gerações e nos lembrando que a arte é, acima de tudo, um legado de amor e humanidade.

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Olá, eu sou Ari Jr

Sou escritor, blogueiro e viajante. Ser criativo e fazer coisas que me mantêm feliz é o lema da minha vida.

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