I
Homem bobo é um homem normal;
Que ri, chora, gosta de açúcar e sal;
E bobo que é, diz a todos ser amado;
Mas, como todo bom homem bobo;
Ama sozinho, sendo, enfim, ludibriado;
II
Homem bobo é um homem que sorri;
Chora e grita dizendo que confia em si;
Fala que é dono e senhor da situação;
Caindo fácil no canto suave da paixão;
E perdendo de vez o rumo do coração;
III
Homem bobo se acha o mais esperto;
O que controla tudo, tendo tudo certo;
Mas, de repente, homem bobo que é;
Ouve dela um não, ou mesmo, um até;
E daí, sua esperteza, onde está, qual é?
IV
Homem bobo alardeia que ama dominar;
Que mulher é presa pronta a se subjugar;
Mas, quando se vê enlaçado pela doçura;
Vira homem bobo, tomado pela loucura;
E vê seu ego de cristal cheio de ranhuras;
V
Homem bobo tem a bobeira no sangue
Sabendo-se ser um bobo, não se zangue;
Seja este um homem velho ou até novo;
Jamais o criticarei, simplesmente o louvo;
Pois, de todos estes, sou eu o mais bobo;
Esta publicação também está disponível no jornal A Tribuna, na edição do dia 15/03/2025, na página A2. Você pode acessar a versão em PDF pelo link: A Tribuna – Edição 13594.