Na primeira parte deste artigo, exploramos as diferentes formas de leitura e como elas se relacionam com as preferências individuais e faixas etárias. Agora, vamos mergulhar nos dados e tendências que têm moldado o mercado de livros físicos e digitais nos últimos anos, além de projetar o que podemos esperar para o futuro.
Apesar do avanço dos formatos digitais, o livro físico continua a ser uma escolha popular para os leitores, e eu pude atestar isso nos comentários que recebi de amigos e leitores da primeira parte, que circulou semana passada. Segundo dados da Publishers Weekly, as vendas de livros físicos nos EUA cresceram firmes entre 2020 e 2022, com um aumento de 8,9% em 2021 e 4,1% em 2022. Esse crescimento pode ser atribuído, em parte, ao chamado “efeito pandemia”, que levou muitas pessoas a buscar atividades offline, como a leitura, durante os períodos de isolamento social.
No Brasil, o cenário também é positivo. De acordo com a Câmara Brasileira do Livro (CBL), o mercado editorial brasileiro registrou um crescimento de 8,7% em 2021, impulsionado principalmente pela venda de livros físicos. A nostalgia, a experiência tátil e a estética dos livros impressos continuam a atrair leitores, especialmente entre os adultos e idosos.
No entanto, o mercado de livros físicos enfrenta desafios, como o aumento dos custos de produção e distribuição, além da concorrência com os formatos digitais. Ainda assim, editoras têm investido em edições especiais, capas duras e projetos diferenciados para manter o interesse dos consumidores.
Enquanto o livro físico mantém sua marca, o mercado digital tem experimentado também um bom crescimento. De acordo com a Statista, o mercado global de e-books deve atingir US$ 15,33 bilhões até 2025, com uma taxa de crescimento anual composta de 4,9% entre 2021 e 2025. A praticidade e a portabilidade dos e-books são fatores-chave para esse fato, especialmente entre os leitores mais jovens.
Os audiolivros também têm ganhado destaque. A Audio Publishers Association (APA) relatou que o mercado de audiolivros nos EUA cresceu 25% em 2021, atingindo um recorde de US$ 1,6 bilhão em vendas. Já no Brasil, a adoção de e-books e audiolivros ainda está em expansão. Plataformas como Kindle, Google Play Livros e Storytel têm ampliado suas bibliotecas e oferecido assinaturas mensais, tornando o acesso a livros digitais mais acessível. Apesar disso, o mercado digital ainda enfrenta barreiras, como a preferência pelo livro físico e a desigualdade no acesso à tecnologia.
Olhando para o futuro, é provável que o mercado editorial continue a se diversificar. Uma tendência emergente é a convergência de formatos. Muitas editoras estão explorando a combinação de livros físicos com recursos digitais, como QR codes que dão acesso a conteúdos extras, ou edições especiais que vêm acompanhadas de audiolivros. Essa abordagem híbrida pode atrair tanto os tradicionalistas quanto os entusiastas da tecnologia. Além disso, a inteligência artificial e a realidade aumentada podem revolucionar a forma como consumimos livros. Imagine um futuro em que os livros físicos ganham vida através de animações em realidade aumentada, ou onde os e-books oferecem recomendações personalizadas com base em seus hábitos de leitura? O céu é o limite quando falamos das novidades a nos serem apresentadas.
O mercado editorial está em constante evolução, e a coexistência de livros físicos e digitais parece ser a tendência dominante para os próximos anos. Independentemente da forma preferida, o importante é que a leitura continue a ser uma parte essencial de nossas vidas, enriquecendo nossa mente e ampliando nossos horizontes.
E você, qual formato acredita que dominará o futuro da leitura?
Esta publicação também está disponível no jornal A Tribuna, na edição do dia 25/03/2025, na página A3. Você pode acessar a versão em PDF pelo link: A Tribuna – Edição 13602.